Essa determinação foi feita depois que uma mulher que passava na calçada do prédio, na segunda (8), morreu ao ser atingida por pedaços da estrutura que caíram da edificação.
A morte de Célia Cesária de Barros, de 60 anos, ocorreu quando ela estava indo para casa, na saída do trabalho. Peritos do Instituto de Criminalística (IC) informaram que a vítima teve uma lesão profunda na cabeça (veja vídeo abaixo).
Nesta terça (9), um dia depois da morte de Célia, a Secon detalhou os prazos a as medidas de segurança determinadas, ainda na segunda-feira.
A assessoria de comunicação da secretaria-executiva disse que o condomínio deve instalar a proteção até que sejam completadas 72 horas do fato.
Caso os responsáveis pelo prédio descumpram as medidas, a prefeitura informou que vai aplicar uma multa de R$ 5 mil.
A Secon disse, ainda, que voltará a fazer vistorias na edificação, que teve parte da calçada da frente interditada. Caso o condomínio volte a descumprir as medidas, a multa vai subir para R$ 10 mil.
Os técnicos, disse a Secon, farão vistorias até que sejam instaladas as telas e as bandejas de segurança, usadas para impedir que material da fachada caia na rua.
Em caso de reincidência, a multa terá um acréscimo de 20% sobre o valor cobrado na inspeção anterior.
Também nesta terça, o advogado que representa o São Cristóvão, Anderson Lourenço, informou ao G1, por telefone, que o condomínio vai cumprir as determinações no prazo correto.
“Estamos fazendo cotações desde o dia do acidente, buscando as empresas para colocar os itens de proteção”, afirmou.
Integrante do conselho fiscal do prédio, Leandro X disse que os moradores receberam a intimação da prefeitura (veja vídeo abaixo).
"Falaram para tomar as providências, que a gente pudesse colocar uma tela em toda a fachada e um tapume, para que pudesse qualquer possível acidente ser amenizado pelo impacto", disse.
De acordo com ele, um dos orçamentos para a instalação dos equipamentos apontou um gasto de R$ 39 mil."Já está sendo providenciado, ontem mesmo [segunda] foram feitos dois orçamentos. Possivelmente, a empresa agora à tarde já deve estar executando o serviço. Nós não temos caixa, [...] a gente sempre fica no vermelho, por causa da gestão anterior que fez uma péssima gestão", declarou.
De acordo com os moradores do condomínio, a atual síndica entrou no cargo em fevereiro do ano passado e que recebeu a administração após a destituição da antiga titular.
"A outra síndica que estava há quase dez anos e abandonou totalmente o edifício do ponto de vista da manutenção e do trabalho que deveria ser feito. Houve uma revolta por parte dos donos dos imóveis e fizeram uma assembleia que foi inclusive para a justiça. Porque houve superfaturamentos, desvios de dinheiro… Ela não entregou a documentação", afirmou Leandro, que é morador do local há cinco anos.
Segundo ele, o edifício, de 47 anos, tem 17 andares e 293 apartamentos, que funcionam como pontos comerciais e residências de famílias. No entanto, vários moradores estão inadimplentes, sem pagar a taxa de condomínio."Nós estamos bastante sentidos pelo acontecimento, afinal de contas é uma vida. Por parte da nova administração do condomínio nós estamos totalmente abertos e procuramos a família, [...] o que o condomínio puder fazer, nós iremos fazer. E qualquer que seja a responsabilidade que nós tivermos que assumir, nós vamos assumir", afirmou.
O acidente aconteceu na manhã de segunda. Vídeos enviados para a TV Globo mostraram o momento em que a mulher caiu no chão.
Segundo parentes de Célia, ela era cuidadora de idosos e tinha saído do bairro da Jaqueira e seguia para casa, no bairro de Joana Bezerra, um caminho que faz todo dia.
Ainda na segunda, a Defesa Coivl e técnicos da Secon estiveram no prédio. Além de constatarem a “necessidade de colocação da tela”, as equipes informaram que o condomínio precisa realizar uma “manutenção urgente da fachada”.
Horas após o acidente, a prefeitura ampliou com cones e fitas o isolamento da calçada e da ciclofaixa situadas em frente ao prédio. O poder público disse que “nunca havia chegado nenhuma denúncia sobre o edifício".
Por meio de nota, a prefeitura disse que a lei 13.032, de 14 de junho de 2006, aponta que “é de responsabilidade do proprietário do imóvel e condomínio realizar a cada três anos vistoria das condições físicas do conjunto estrutural do prédio e atestar a segurança da edificação”
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